Segundo representantes do setor, governo federal não deverá
prorrogará a redução do imposto sobre linha branca e móveis
Brasília - O setor varejista acredita que o governo federal não
prorrogará a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre
linha branca e móveis, diante do compromisso com o ajuste fiscal, afirmaram
nesta quinta-feira representantes do Instituto para Desenvolvimento do Varejo,
após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A redução do IPI para esses produtos --adotada para estimular o
consumo e prorrogada várias vezes-- é válida até o fim de junho.
"O governo está muito comprometido a fazer ajuste
fiscal", disse a jornalistas a vice-presidente do IDV e presidente da rede
de lojas Magazine Luiza, Luiza Trajano, que participou da reunião com Mantega.
O encontro não foi conclusivo, segundo o presidente do IDV e
vice-presidente e diretor de Relações com Investidores da Gaurarapes, dona das
lojas Riachuelo, Flávio Rocha. "Deve vir uma solução intermediária",
afirmou, sem entrar em detalhes.
Segundo Rocha, o repasse do IPI maior aos preços dos produtos
dependerá da alíquota do tributo a ser aplicada. "Se a subida (do IPI) for
menor, dá pra segurar (os preços)." Além do setor varejista, participaram
da reunião com o ministro da Fazenda representantes da Abimóvel, da Eletros e
da Abipa, interlocutoras dos setores de móveis, eletroeletrônicos e painéis de
madeira, respectivamente.
A redução do IPI para linha branca foi implementada em dezembro
de 2011 e, desde então, vem sendo prorrogada. No fim do ano passado, o
Ministério da Fazenda estipulou a elevação gradual do tributo, para que o
benefício acabe em junho, trazendo as alíquotas para seu patamar normal.
A alíquota do IPI sobre fogões, por exemplo, ficou zerada até 31
de janeiro deste ano. A partir daí, foi elevada para 2 por cento até junho,
metade dos 4 por cento originais.
Protestos Populares
Segundo o IDV, as vendas no varejo brasileiro foram prejudicadas
nas últimas duas semanas pelos protestos populares em todo o país, que exigiram
o fechamento de lojas. O presidente do IDV estima que as vendas recuaram cerca
de 15 por cento no período.
Reuters
Fonte: Exame.com
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