A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados
realizou nesta terça feira (15) audiência pública para discutir propostas para
solucionar o endividamento dos clubes de futebol brasileiros.
O deputado Renan Filho (PMDB-AL) participou da reunião e defendeu
que fossem buscadas soluções criativas, que garantissem a quitação das dívidas
e, ao mesmo tempo, a manutenção dos times de futebol. “O futebol brasileiro é
um dos principais produtos do país, e representa o povo brasileiro, onde quer
que seja. Podemos chegar a uma conta que possa reduzir a dívida e ao mesmo
tempo dar um retorno à sociedade, como com a formação de novos atletas”
defendeu.
De acordo com dados oficiais apresentados pela Receita Federal,
a dívida tributária dos clubes chega a R$ 3,5 bilhões, sobretudo com INSS e
Receita Federal. Quando incluídos outros passivos trabalhistas, como FGTS, o
total sobe para R$ 4,8 bilhões. Porém, os representantes dos clubes afirmam que
suas dívidas são ainda maiores e que a dificuldade de pagar é tão grande que
alguns clubes podem deixar de funcionar já em 2014.
De acordo com o deputado Renan Filho, essa inexatidão em relação
ao montante devido pelos clubes demonstra desorganização. “Isso gera uma
situação muito complicada, pois quem não sabe quanto deve, logicamente, também
não sabe como irá pagar”.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), presente na reunião,
apresentou, em nome das equipes que disputam as séries A e B do Campeonato
Brasileiro, a sugestão de nova repactuação das dívidas novas e antigas, com
pagamento mensal de longo prazo, de acordo com o faturamento dos clubes.
De acordo com a CBF, a certidão negativa de débitos seria uma
das condições de participação do clube nos campeonatos oficiais. Em caso de
atraso no pagamento da dívida ou dos salários de jogadores e funcionários, a
equipe seria punida com a perda de três pontos na competição. A sugestão gerou
polêmica entre os parlamentares participantes da reunião.
Direito de Imagem
O deputado Renan Filho aproveitou a oportunidade para criticar a
disparidade criada pelas redes de TV ao fecharem contratos para exibir jogos
somente com os times de grande porte. “É injusto o que a televisão faz com o
futebol brasileiro, negociando com os grandes clubes valores exorbitantes pelo
direito de imagem e deixando os pequenos clubes com nada”, afirmou.
Renan Filho defendeu a criação de regra que determinasse o
pagamento, aos pequenos clubes das séries A, B e C, de percentual, de 10% a
20%, do que é pago aos grandes times pela exibição de seus jogos. Segundo ele,
os lucros gerados pela compra do direito de transmissão dos jogos poderiam ser
utilizados para amortizar as dívidas tributárias.
Fonte: Alagoas 24 horas
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