quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Unificação do ICMS nos estados deve ficar para 2013


Simplificação tributária levaria oito anos e pode haver compensação

BRASÍLIA -O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admite que a resolução que prevê a unificação da alíquota do ICMS nos estados só deverá ser votada pelo Senado em meados do ano que vem. Foi o que informou ontem o senador Gim Argello (PTB-DF), após participar de um café da manhã com o ministro, com senadores da bancada governista.
Os parlamentares ouviram de Mantega a proposta de simplificação da alíquota em até oito anos e a criação de um fundo de compensação de R$ 167 bilhões para ajudar as unidades da federação que mais vão perder receita com a medida, entre as quais Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Amazonas. Também acertaram que o ministro participará de audiência pública na próxima terça-feira, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, para explicar melhor as mudanças no sistema atual.
Pela proposta, haverá um prazo de transição de oito anos para os estados que, hoje, têm alíquota de 12%, enquanto aqueles que operam com 7% terão um período de quatro anos para se adequarem à nova sistemática que, segundo Argello, faz parte do projeto de reforma tributária fatiada do governo. Ele disse que, a princípio, o acesso ao fundo pelos governadores será trimestral, mas não está descartada a possibilidade de ser mensal.
- O estado que mais perde é Mato Grosso do Sul, por causa do gás boliviano. Amazonas também vai perder, na Zona Franca, ainda mais agora que lá está autorizada a produção de medicamentos - ilustrou o senador. - Vamos levar a proposta para nossas bancadas. Não vamos tirar renda dos estados .
O senador Armando Monteiro Netto (PTB-PE) disse que há um claro sentimento no país de que se deve mudar o sistema atual. No entanto, destacou que é preciso oferecer aos estados que mais perdem um processo de transição razoável e um fundo de compensação que dê segurança e credibilidade:
- A proposta está na direção correta, porque a guerra fiscal está esgotada. Mas o fundo deve ser uma espécie de seguro de receita para que os estados que perdem num primeiro momento.
O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), defendeu a aceleração das discussões, mas frisou que os debates em torno da unificação do ICMS devem vir juntamente com a questão do indexador da dívida dos estados com a União e a simplificação do PIS/Cofins.
Eliane Oliveira
Fonte: O Globo - RJ

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