quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Brasil tem hoje 21 milhões de novos empreendedores

O Tempo / MG
PEDRO GROSSI
Embora tenha o maior índice de empreendedorismo entre 20 países pesquisados, o Brasil ainda é considerado pouco inovador. Segundo a última pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2010), realizada anualmente em 20 países, 17,5% dos brasileiros entre 18 e 64 anos estão em estágio inicial de um empreendimento próprio. É o maior percentual apurado em toda a pesquisa e o mais alto já registrado pelo Brasil desde que o país começou a ser pesquisado, em 2000. O ponto negativo do estudo é que de todo esse mar de empreendedores (cerca de 21 milhões), apenas 16,8% consideram oferecer produtos inovadores - índice até quatro vezes menor do que o registrado nos países considerados mais inovadores, como Islândia e Coreia do Sul.
"A inovação depende de um hélice tripla bem articulada, entre governo, universidades e o setor privado", afirma o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rochel Montero Lago, autor do livro "As cartas de Tsuji", que trata exatamente dos desafios de levar para o mercado tecnologias desenvolvidas em universidades. O próprio autor é um personagem desta história. O professor também é proprietário da Verti, empresa de ecotecnologia que vende tecnologias ambientais para universidades e empresas. "Desenvolvemos tecnologias em escalas industriais", explica.
Na avaliação do professor, embora os números ainda mostrem uma baixa relação entre inovação e empreendedorismo, a situação está se clareando. "Todos aqueles entes - universidade, governo e setor privado - estão se articulando em um interesse comum, que será muito importante para o país".
Outro exemplo de combinação entre empreendedorismo e inovação é o caso da professora do departamento de Farmácia da UFMG, Alaíde Braga de Oliveira, que engrossa a estatística brasileira, entre as mais altas do mundo (49,3%), de mulheres a frente de empreendimentos. A pesquisadora e empreendedora criou uma empresa de bioprodutos para a indústria farmacêutica. "Utilizamos toda a biodiversidade natural que temos para criar produtos naturais e inovadores", conta. Segundo ela, boa parte dos extratos naturais usados como insumos da indústria farmacêutica são importados, enquanto existe no Brasil qualificação profissional e matéria-prima para atender a esse mercado. "O desafio é que para ser uma empresa é preciso transitar por um outro meio. É preciso desburocratizar ao máximo a entrada no mercado", diz.
Cursos
Evento gratuito dá boas dicas de mercado
Até o dia 20 de novembro acontece em mais de 100 países, inclusive no Brasil, a Semana Global do Empreendedorismo, maior evento mundial de empreendedorismo. Em todo o país, serão mais de 3.000 atividades, entre oficinas, palestras e workshops. Há eventos gratuitos, pagos, presenciais e também pela internet. A expectativa dos organizadores é que ao menos 200 mil pessoas no Estado participem dos eventos. No Brasil, a expectativa é atingir a marca de 3 milhões de participantes.
A Semana Global de Empreendedorismo foi trazida ao Brasil em 2008 pela Endevor, uma organização sem fins lucrativos. Segundo o coordenador da Endevor em Minas Gerais, Rodolfo Zhouri, apenas em Minas Gerais são mais de 500 atividades cadastradas. "Estamos crescendo a cada ano e atingindo os objetivos propostos de promover modelos de empreendedorismo.
Gratuito. Durante o feriado de 15 de novembro, serão diversas atividades gratuitas e que poderão ser feitas pela internet. A programação completa pode ser conferida pelo site semanaglobal.org.br. (PG)
Para presidente do Sebrae, crédito é o maior gargalo
Rio de Janeiro. O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barreto, disse que o principal desafio para que o país incremente seu número de empreendedores é o acesso mais fácil ao crédito. Segundo o dirigente, até o final de 2012 a perspectiva é de que sejam 2,5 milhões de negócios formalizados na figura do Empreendedor Individual (EI).
Ainda de acordo com Barreto, "houve uma melhoria legal. Estamos completando quatro anos do Supersimples, que diminui a burocracia e os tributos para as pequenas empresas. A atualização da lei (sancionada pela presidente Dilma Rousseffna última quinta-feira) foi o coroamento disso. Mas o ambiente legal ainda tem questões a serem melhoradas, como a criação de um Simples trabalhista". (PG)

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