Chegada do fim de ano é oportunidade de fazer
uma revisão nos balanços e escolher o melhor regime de tributação para sua
empresa
Com a proximidade do fim do ano, contadores e advogados tributaristas debruçam-se
sobre o balanço das empresas para determinar o melhor regime de tributação para 2017.
A tarefa exige elaboração de contas,
simulações, um estudo de mercado e análises minuciosas, pois uma escolha
equivocada faz com os empresários paguem impostos a mais do que o devido.
Além disso, uma vez feita a opção pela forma
de recolher os tributos, não é permitido trocar de regime ao longo do ano.
Para a advogada tributarista Renata Soares
Leal Ferrarezi, as empresas, neste ano, deverão levar em consideração,
principalmente, os reflexos da crise econômica em seus negócios, como possíveis
mudanças da margem de lucro, aumento ou redução de despesas, do volume das
importações ou exportações e a possibilidade de trabalhar com novos produtos
com tributação diferente.
“É necessário acompanhar essas alterações de
perto e verificar a possibilidade de identificar o melhor momento para migrar
de um modelo tributário para outro", diz Renata. "As alterações no Simples Nacional que entrarão em
vigor em 2017 também devem ser levadas em consideração para saber se a opção é
vantajosa ou não para este regime tributário.”
Dos três regimes tributários, o do lucro real
é o único com sinal verde para todas as empresas, independente do ramo de
atividade ou faturamento.
A opção pelo lucro presumido só pode ser feita
pelas empresas com faturamento anual superior a R$ 78 milhões.
Em geral, as empresas com margens de
lucratividade muito altas tendem a escolher essa modalidade de tributação.
Já o Simples Nacional pode ser escolhido pelas
empresas com faturamento anual até R$ 3,6 milhões (valor deste ano) e desde que
a atividade esteja incluída na lista de permissão.
Não existe uma receita pronta para determinar
a melhor escolha.
São muitas variáveis a serem avaliadas. O
tamanho da folha de pagamento, por exemplo, tem peso importante nessa análise,
que pode recair para a escolha do Simples Nacional, já que engloba parte do
INSS que incide sobre a folha de pagamento.
Há outros pontos a ser considerados. Mais
importante até que o tamanho da folha de salários, de acordo com Renata, é o
valor da receita bruta anual. Isso porque é o que define, em princípio, quais
os regimes em que a empresa pode se enquadrar, uma vez que o único regime que
aceita todas as empresas é o lucro real que, por sua vez, pode ser o mais
oneroso.
"Em segundo lugar é a atividade, pois
existem atividades em que a opção pelo Simples é vedada”, afirma Renata.
Outra análise importante diz respeito à
impossibilidade de as empresas tributadas pelo lucro presumido aproveitarem
os créditos do PIS e da Cofins.
A escolha, portanto, deve ser realizada
considerando a repercussão no IRPJ, na CSLL, no PIS e na Cofins.
Thiago Paiva, advogado tributário do Grupo
Brugnara – Tributarie, explica que tanto o lucro presumido como o Simples
Nacional, calculam os tributos pela receita bruta, não levando em considerando
o prejuízo da empresa ao longo do ano.
“No lucro presumido, porém, menos
tributos são calculados sobre a renda propriamente dita (IRPJ e CSLL). Desta
forma, é possível que em um cenário de prejuízo, a empresa no lucro presumido
venha a recolher menos tributos”, afirma.
Ainda sob as nuvens da crise econômica, a
escolha pelo lucro real também deve ser considerada no estudo.
QUANTO MAIS SIMPLES, MELHOR?
“O principal erro é acreditar que quanto mais
simples o regime, melhor. Muitos contadores, para não realizarem os controles
necessários ao lucro real, acabam aconselhando a adoção do presumido e até
mesmo o Simples. Nem sempre é o caminho mais adequado”, alerta.
Para Danilo Lollio, gerente de desenvolvimento
tributário e de legislação da Wolters Kluwer Prosoft, o regime do lucro
real, invariavelmente fica em segundo plano na escolha devido à burocracia,
controles necessários e custos com contadores, embora seja o único regime
tributário que permita a compensação de prejuízos de anos anteriores.
“Para optar pelo lucro real, a empresa deve
ter uma escrituração contábil muito bem feita. Trata-se de um trabalho mais
detalhado, específico e personalizado”, diz.
Fonte: Siga o Fisco - com alterações
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