A carga tributária brasileira está muito acima da média
latino-americana e bem perto da dos países da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE). Medida como proporção do Produto Interno
Bruto (PIB), em 2010, a receita total de tributos no Brasil superou a de 17 de
34 países da OCDE, entre eles Austrália, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Espanha,
Suíça e Estados Unidos.
Essa é uma das conclusões da última edição do relatório
"Estatísticas sobre Receita na América Latina", publicação da organização,
do Centro Interamericano de Administrações Tributárias (Ciat) e da Comissão
Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal).
Divulgado ontem, o documento mostra que, no ano retrasado, a
relação média não ponderada entre arrecadação tributária e PIB foi de 19,4%
para 15 países latino-americanos selecionados, entre eles o Brasil, e de 33,8%
no âmbito da OCDE. No caso brasileiro, as receitas tributárias dos governos
consumiram 32,2% do PIB. Na América Latina, o Brasil só ficou atrás da
Argentina, primeira do ranking, com 33,5%, ainda mais perto da média da OCDE em
2010.
Por causa de diferenças metodológicas, o número não é igual ao
da carga tributária bruta divulgada pela Receita Federal para 2010 (33,56%),
ainda mais alto.
A carga é mais pesada no Brasil do que no resto da América
Latina principalmente por causa de tributos indiretos. O relatório aponta que a
carga tributária brasileira avançou, em duas décadas, menos que a média
latino-americana, embora mais que a dos países da OCDE.
Por Monica Izaguirre | De Brasília
Fonte: Valor Econômico
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